Abstract

A partir de duas diferentes versões do poema “vir ver ou/vir”, este artigo propõe uma análise da poética de Torquato Neto, enfatizando sua singularidade dentro do panorama da poesia brasileira na década de 1970. Em primeiro lugar, se pretende observar o quanto a ausência de um livro autoral, organizado pelo próprio poeta, acabou reforçando certa instabilidade constitutiva de seu trabalho, cuja produção se dava por meio de diversas atuações – como letrista, jornalista, fotógrafo, ator, roteirista, etc. Por outro lado, apesar dessa multiplicidade, é preciso levar em consideração que o próprio Torquato sempre reivindicou a denominação de poeta (“mãe das artes”), o que obviamente baliza todas as outras atividades a partir dessa perspectiva específica. Assim, se Torquato pode mesmo ser entendido como um dos representantes de uma “nova sensibilidade dos não especializados”, sua constelação orbita em torno dos problemas formulados pelos outros poetas, em especial as reflexões teóricas e as realizações artísticas dos poetas concretos da década de 1950 e 1960. Nesse sentido, a curiosa visualidade de “vir ver ou/vir” pode iluminar, em muitos aspectos, a relação de Torquato com os postulados concretistas, trazendo consequências para uma compreensão mais aprofundada da própria poesia concreta no início dos anos 1970.

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