Abstract
Na segunda metade dos anos 2000, a retomada do crescimento com distribuição da renda no Brasil e na América do Sul, após o fracasso do neoliberalismo e sua variante suavizada, o Consenso de Washington, ao promover o crescimento econômico e reduzir significativamente a desigualdade social na região, contribuiu para o ressurgimento e atualização de antigos paradigmas de políticas econômicas. A crise financeira global e os impasses do desenvolvimento nas economias centrais deram força, ao menos nos países periféricos, à busca e consolidação desses novos perfis de política econômica. Este artigo propõe-se a examinar como tais mudanças influenciaram o pensamento desenvolvimentista no Brasil, dando origem, no período recente, a novas correntes interpretativas do desenvolvimento brasileiro e suas relações com a estratégia inovadora de desenvolvimento em curso.
Highlights
New and old developmentalisms In the second half of the 2000s, there was renewed growth and income distribution in both Brazil and South America in general
As mudanças ocorridas desde os anos 1980, com emergência de novas potências econômicas, mormente dentre os países da Ásia, cujo sucesso esteve apoiado em políticas não liberais, constituíram um importante estímulo à mudança de paradigma na América Latina
Este artigo propõe-se a examinar como tais mudanças influenciaram o pensamento desenvolvimentista no Brasil, dando origem, no período recente, a novas correntes interpretativas do desenvolvimento brasileiro e novos perfis de políticas econômicas
Summary
Qualquer análise sobre a teoria do desenvolvimento periférico e o desenvolvimentismo, parte obrigatoriamente da obra seminal de Raúl Prebisch (1949). Comparando tal interpretação com a da Cepal, mormente a de Furtado (1970), cabe assinalar uma convergência existente entre elas, na medida em que o último autor citado, a partir de outro aparato analítico de inspiração keynesiana, também trata a industrialização como um processo de desenvolvimento no qual a indústria, por meio da diversificação, é capaz de autogerar seus mercados, independizando-o da demanda externa. A pergunta sobre os motivos de o crescimento do período não ter sido liderado pela indústria pesada de meios de produção, o DI, (expressão maior da autodeterminação do desenvolvimento capitalista), tem uma resposta pouco satisfatória: a de seu baixo encadeamento via massa de salários, com o setor de duráveis (DII). Tem razão o autor ao apontar os desequilíbrios que daí decorreram, pois eles eram uma possibilidade concreta e as escolhas de políticas equivocadas a eles conduziram
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