Abstract

Programas de análise de consistência de dados são utilizados, normalmente, por redes de estações agrometeorológicas para controle de qualidade, para identificar dados com problemas e fornecer estimativas consistentes, com base em dados de outras estações próximas. Os sistemas modernos de controle de qualidade de rede de estações meteorológicas requerem porém maior conhecimento da variabilidade espacial e temporal dos dados meteorológicos diários regionais, para serem utilizados nos sistemas matemáticos de interpolação de dados necessários a fim de identificar dados suspeitos ou na estimativa de dados perdidos. O objetivo deste trabalho foi quantificar a variabilidade espacial e temporal de dados diários de temperatura do ar máxima, média e mínima e de precipitação pluvial no Estado de São Paulo, para servir de subsídio ao desenvolvimento de sistema de controle de qualidade e de limites de intervalos de confiança. Foram utilizados dados de 19 estações agrometeorológicas do IAC, em um período total de 20 anos (1981/2000), sendo Campinas considerada a estação central. Análises de regressão mensais foram realizadas com base nos dados diários da estação central e cada uma das demais estações, considerando as respectivas distâncias lineares, que variaram de 0 a 436 km, nas quais foram obtidos valores de coeficientes de determinação (R²) e de erro-padrão de estimativa (SEE) para os elementos considerados. Pelos resultados, à medida que as distâncias aumentam, menores são os valores de R² e maiores os valores de SEE, seguindo diferentes funções, que variaram segundo o elemento meteorológico e a época do ano. Quanto à variabilidade temporal, os meses com maiores valores de SEE para temperaturas máximas e mínimas (TMAX e TMIN) foram os de primavera e inverno respectivamente. Considerando 150 km de distância, a TMAX indicou valores de SEE até de 3,0 °C e TMIN de até 2,3 °C. Para precipitação pluvial, observaram-se valores menores de SEE durante o inverno, de até 4 mm, e valores mais elevados, de até 15 mm, durante o verão. Pelas análises, os limites máximos de distâncias admitidos para explicar mais de 90% das variações dos elementos termopluviométricos entre locais foram para TMAX, 80 km (primavera-verão) e 90 km (outono-inverno); para TMIN são necessários 55 km para os meses de verão, 75 km para inverno-primavera e 90 km durante o outono. Para dados pluviométricos, as distâncias de até 12 km explicam 90% da variação para os meses de verão, até 20 km para os de primavera e outono e de até 27 km para os de inverno.

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