Abstract

O capitalismo contemporâneo é marcado pela crescente conjunção da produção tradicional de mercadorias "físicas" com a criação de bens e serviços intangíveis que são permutados pela informação, conhecimento ou apelo artístico ou cultural que possuem. Esse cenário foi possibilitado por novas tecnologias que modificam os processos de trabalho e promovem questionamentos sobre a teoria do valor desenvolvida por Marx. O objetivo deste artigo é problematizar essas questões a partir de intervenções de autores brasileiros que confluem para as seguintes conclusões: ciência e tecnologias são mobilizadas para a produção de mercadorias "sem valor", consequentemente, a apropriação capitalista assume um caráter cada vez mais rentista, e é possível analisar tal processo a partir de determinações da teoria do valor de Marx que levam à autonomização da forma capital em relação a seus conteúdos. Assim, argumenta-se que, em vez de sua obsolescência, o valor passa por uma transformação qualitativa e permanece como norma produtiva, ainda que sob uma forma "desmedida".

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