Abstract
Em Portugal, à semelhança do que ocorreu em vastas áreas da Europa Mediterrânea, ocorreram importantes mudanças no uso e ocupação do solo, sobretudo após a segunda metade do século XX. Entre essas alterações destaca-se o abandono agrícola e a florestação de terras antes ocupadas com agricultura, em consequência do êxodo rural e também de políticas públicas adotadas. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o uso e ocupação do solo, os fatores físicos (climáticos, geomorfológicos e pedológicos) e históricos e as fragilidades identificadas nos remanescentes de vegetação autóctone existentes na Bacia do Rio Cértima em Portugal. Para tal, preliminarmente foi executado um diagnóstico geral da área de estudo a partir dos seguintes geoindicadores: Bioma; Clima; Geomorfologia; Geologia; Pedologia; Hipsometria e Declividade. Em seguida, foram calculadas as métricas de paisagem divididas em três categorias: tamanho, borda e forma; e são aplicadas à bacia, em geral, considerando os remanescentes florestais mapeados. Para avaliar a qualidade da vegetação florestal existente realizou-se uma análise em campo em locais selecionados da bacia do rio Cértima, por meio do método Landscape Assessment Protocol (LAP) - Protocolo de Avaliação da Paisagem. Desta forma pode-se observar que a grande parte da cobertura vegetal existente na bacia do rio Cértima é composta por eucaliptos, sendo que foram identificados um total 1220 remanescentes florestais, que ocupam uma área de 8.547,05 ha, equivalente a 15,89% da área da bacia.
Highlights
De acordo com Kaly et al (1999), a vulnerabilidade está relacionada com a propensão de determinado organismo ou ambiente à danos provocados por um impacto negativo
Na bacia do rio Cértima o clima característico é o Csb, caracterizado pelo verão temperado, com temperaturas médias menores ou iguais a 22°C, e está presente em quase todo o litoral oeste de Portugal Continental (AEMET & IPM, 2011)
Abrigam também espécies altamente sensíveis a fragmentação de habitat; contudo, são florestas que apresentam alto potencial de restauração (WWF, 2019a)
Summary
De acordo com Almeida, Rocha, Neto e Arsénio (2016) a fragmentação de uma paisagem pode ser definida como o resultado da degradação ou interrupção da conectividade. Desta forma, para alcançar a conservação dos recursos naturais e apoiar uma tomada de decisão racional é essencial que se desenvolvam estudos que promovam uma avaliação quanti e qualitativa das propriedades ambientais de determinado ecossistema e/ou paisagem tais como vulnerabilidade, status de conservação, exploração de recursos e necessidades de reabilitação (Villa & McLeod, 2002). Neste contexto destacam-se ainda as áreas de vegetação remanescente; embora não exista ainda um consenso a respeito da definição destas áreas, as mesmas são denominadas por muitos autores como pertencentes aos sistemas de suporte a vida natural e se destacam principalmente pela significativa influência que exercem sobre as condições de qualidade ambiental e de vida, dos ambientes e das populações (Bargos & Matias, 2011; Camargo et al, 2013; Londe & Cezar, 2014;). Uso e ocupação do solo e a relação com a fragilidade dos remanescentes florestais na bacia hidrográfica do rio Cértima/Portugal no 40 - 2019 pedológicos) e históricos e as fragilidades identificadas nos remanescentes de vegetação autóctone
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