Abstract

No prodigioso jejum, às vezes até a morte, mulheres ocidentais expressaram uma relação específica com a comida durante quase oito séculos. Este ensaio tenta explicar esse comportamento entretecendo os finos e fascinantes dados históricos apresentados nos três livros resenhados - Holy Anorexia (Bell, 1985); Fasting Girls: The Emergence of Anorexia Nervosa as a Modern Disease (Brumberg, 1988) e Holy Feast and Holy Fast: The Religious Significance of Food to Medieval Women (Bynum, 1987) - vendo-os a partir de perspectivas interculturais e totalizantes fundamentais para a antropologia. Pretendo mostrar que o jejum de mulheres ocidentais difere radicalmente de outros tipos de jejum observados por antropólogos ao redor do globo e que envolve uma alteração altamente simbólica da relação universal das mulheres com a comida. Argumento que ela pode ser mais bem compreendida como um comportamento pluri-determinado, uma combinação de fatores ideológicos, econômicos, políticos e sociais.

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