Abstract

<p>Muito já se escreveu sobre o drama vivido pelos ‘retornados’ a Portugal, findo o período colonial nos países africanos. Entretanto, alguns romances de publicação mais recente – nomeadamente, <em>Caderno de memórias colo­niais</em>, de Isabela Figueiredo (2009), e <em>O retorno</em>, de Dulce Maria Cardoso (2012) - retomam o tema pela chave da memória: subjetiva, familiar e his­tórica, ensejando uma reaproximação às experiências vividas pelos retor­nados, quarenta anos passados da independência das ex-colônias. Numa perspectiva feminista e pós-colonial, podemos identificar na leitura dos romances algumas particulares injunções de gênero e raça que subsistem ainda hoje, como rastros da memória colonial por resolver. Este artigo busca investigar esse aspecto, ao mesmo tempo em que procura identificar quem são e o que dizem os sujeitos que, colocando em xeque a ordem a colonial-patriarcal, acabam por se situar à margem da mesma, o que lhes permite, na forma do relato de memória ou de pós-memória, contruir uma contranarrativa da memória colonial.</p>

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