Abstract
Este artigo intenta compreender a trajetória social de Eglê Malheiros. Herdeira de uma origem social favorecida, tendo educação de qualidade, estreita relação com livros e alto acúmulo de capital cultural, ela atuou nos movimentos comunista e modernista, graduou-se em Direito e escolheu ser professora de História. Analisamos a trajetória social por meio das inter-relações entre origem sociofamiliar, percursos escolares e carreira profissional, procurando constatar como a nossa agente social herdou a herança. Para tanto, usamos os conceitos de capital cultural/habitus, capital social e campo elaborados por Pierre Bourdieu e ressignificados por Bernard Lahire. Dessa forma, intentamos constatar que, na sua época, Eglê Malheiros foi uma mulher de vanguarda.
Highlights
Resumo: Este artigo intenta compreender a trajetória social de Eglê Malheiros
Em relação ao capital social, Bourdieu[7] afirma que esse se configura como uma rede durável de relações que exige um “trabalho de instauração e manutenção”, a qual despende tempo, esforços e recursos financeiros, mas proporciona lucros materiais e simbólicos; ou seja: O capital social é o conjunto de recursos atuais ou potenciais que estão ligados à posse de uma rede durável de relações mais ou menos institucionalizadas de interconhecimento e de inter-reconhecimento ou, em outros termos, à vinculação a um grupo, como conjunto de agentes que não somente são dotados de propriedades comuns, mas também são unidos por ligações permanentes e úteis.[8]
O desenvolvimento da reflexão crítica dos seus alunos era a principal preocupação da professora Eglê Malheiros que, na sala de aula, expressava o habitus da leitura e da reflexão constituído desde os seus primeiros anos ouvindo e discutindo as histórias contadas pelo avô e pela mãe
Summary
Resumo: Este artigo intenta compreender a trajetória social de Eglê Malheiros. Herdeira de uma origem social favorecida, tendo educação de qualidade, estreita relação com livros e alto acúmulo de capital cultural, ela atuou nos movimentos comunista e modernista, graduouse em Direito e escolheu ser professora de História. Dessa forma, intentamos constatar que, na sua época, Eglê Malheiros foi uma mulher de vanguarda. Eglê Malheiros nasceu no final da década de 1920 e, por isso, viveu parte da sua infância e adolescência durante o Estado Novo (1937-1945), cuja ideologia traçava para a mulher um papel bastante específico, qual seja: o de coadjuvante na sociedade brasileira. Esse projeto de mulher foi aperfeiçoado por uma intensa campanha do Ministério da Educação e Saúde, órgão para o qual a figura feminina representava um dos principais
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