Abstract

O presente estudo analisa as formas de poder/saber que regulam a prática psicoterápica em grupo destinada a pessoas transexuais requerentes da cirurgia de transgenitalização em um hospital universitário brasileiro localizado em um grande centro urbano. Por meio de observação participante em sessões terapêuticas grupais, foi reconstituída a "microfísica do poder" da clínica, cuja direção parece tentar conformar as subjetividades ali produzidas a certos ideais regulatórios e disciplinares. Entrevistas semiestruturadas àquelas que se submeteram a atendimento psicoterápico como parte do programa de acesso à cirurgia de transgenitalização complementam a estratégia teórico-metodológica descrita, bem como buscam evidenciar alguns dos deslocamentos operados pelos sujeitos como possibilidades de resistência no interior dos regimes hegemônicos de subjetivação do contexto institucional investigado.

Highlights

  • Resumo: O presente estudo analisa as formas de poder/saber que regulam a prática psicoterápica em grupo destinada a pessoas transexuais requerentes da cirurgia de transgenitalização em um hospital universitário brasileiro localizado em um grande centro urbano

  • O material de campo produzido a partir da etnografia por observação participante em sessões terapêuticas em grupo destinadas a pessoas transexuais, bem como as entrevistas destes e de outros sujeitos, ensejaram a possibilidade de evidenciar a maneira pela qual o espaço psicoterápico investigado agencia subjetividades, identidades e individualidades

  • A concessão do direito à cirurgia de mudança de sexo será feita por meio da inclusão de alguns e da exclusão de outros, da exclusão de tantas formas de viver o gênero e a sexualidade para além dos protocolos considerados oficiais sobre a transexualidade e instituídos pelo contexto investigado

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Summary

Introduction

Resumo: O presente estudo analisa as formas de poder/saber que regulam a prática psicoterápica em grupo destinada a pessoas transexuais requerentes da cirurgia de transgenitalização em um hospital universitário brasileiro localizado em um grande centro urbano. A masturbação aparece na clínica como uma importante forma de autoconhecimento, sendo uma das chaves para descobrir se alguém é ou não transexual, para saber se seu desejo pela cirurgia é genuíno e verdadeiro.

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