Abstract
Resumo: A seca nordestina vem produzindo, ao longo de séculos, muitos estereótipos que se plasmam em diferentes percepções, que nos motivaram a buscar uma melhor compreensão sobre este fenômeno. Trabalhamos com professoras/es de uma escola municipal localizada na comunidade de Brejo dos Olhos d´Água, semiárido baiano. Os dados foram coletados durante um processo de formação em educação ambiental, na perspectiva crítica, pautados em metodologias participativas. Utilizamos questionários, grupo focal e o método de foto-elicitação, ancorando a análise na hermenêutica. Traçamos um panorama do processo social na constituição da percepção sobre a seca, constatando algumas heranças históricas que influenciam na forma como as pessoas vivem e percebem seu meio. Evidenciou-se a necessidade de investimento na formação continuada e contextualizada de professoras/es, pois muitas/os ainda reproduzem discursos propagados historicamente pela mídia e literatura, às vezes equivocados. Constatamos que a interação educacional contribui para a compreensão deste fenômeno e pode criar condições para a (re)construção destes olhares.
Highlights
A educação ambiental não deve se restringir aos espaços formais de educação, porém é preciso considerar a relevância de sua ocorrência nestes espaços
As professoras/es, no exercício de suas práticas, lidam diariamente com a formação de crianças e jovens, que são o reflexo do que a sociedade pode vir a ser
Endereço para contato: Universidade Federal de São Carlos, Laboratório de Educação Ambiental, Rodovia Washington Luis, km 235, CEP 13565-905, São Carlos, SP, Brasil
Summary
A comunidade do Brejo dos Olhos dÁgua está localizada no município de Barra, ao oeste do estado da Bahia, na região do Baixo-Médio São Francisco, na APA Dunas e Veredas do Baixo-Médio São Francisco. Segundo o censo IBGE de 2010, Barra possui cerca de 49 mil habitantes, dos quais 54,5 % vivem na zona rural. 16 mil vivem na região de brejos da Barra conforme dados do IBGE 2002 (SOUSA SOBRINHO, 2006). De acordo com o referido autor, “nas estreitas planícies das vazantes que margeiam os cursos dágua e lagoas estão instaladas as comunidades brejeiras, que praticam nessas áreas culturas de subsistência e criatórios soltos nas extensas áreas de caatinga” A Escola Municipal Espírito Santo de ensino fundamental possui uma boa estrutura física com salas organizadas, banheiros e pátio bem cuidados, uma realidade bem diferente de boa parte das escolas do sertão, atendendo estudantes entre 4 e 19 anos, pois muitos são repetentes ou retornaram à escola após um tempo de evasão
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