Abstract

AbstractThis article aims to discuss the possibility of a bio-political approach that wouldn't be just the description of disciplinary mechanisms of bodies' administration and the calculating administration of life, but that could provide the ground for a social criticism of contemporary capitalism. This bio-political approach is derived from Georges Canguilhem's vitalism with its discussions about vital normativity, the relationship between normal and pathological and the characteristic errancy of vital activity. At the end, we will see how the inner process of the concept of life could appear as a major strategy for the reorientation of critical thought and a theory on the concept of norms.

Highlights

  • Este artigo visa discutir certas modalidades possíveis de relação entre a biologia e a política

  • Desde que Foucault usou sistematicamente termos como “biopoder” e “biopolítica”,1 ficamos ainda mais sensíveis à maneira pela qual os discursos disciplinares sobre a sexualidade, as disposições corporais, a saúde e a doença, a experiência do envelhecimento e do autocontrole estabelecem as normatividades que produzem a ideia social de uma vida possível de ser vivida

  • Notemos ainda que tal estratégia de vincular o normal a uma relação com o meio implica afirmar não haver fato algum que seja normal ou patológico em si

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Summary

Normatividade vital e errância

A peculiaridade da posição de Canguilhem vem do fato de ele articular duas ideias que, aparentemente, seriam completamente contraditórias, a saber, normatividade e errância. Uma certa latitude: Georges Canguilhem, biopolítica e vida como errância não é alguma forma de condicionamento, de ação reflexa determinada completamente pelo meio, mas atividade valorativa, um tipo de julgamento que, ao invés de apelar necessariamente à consciência, pode apelar aos afetos, às sensações e aos modos de afecções. Tal atividade valorativa pressupõe a capacidade de estabelecer relações, de comparar contextos em vista ao fortalecimento da vida e é por pensar a experiência como um processo relacional baseado em valoração que Canguilhem conserva o termo “norma”. Se Canguilhem fala em normas é para determinar o organismo, e não o meio, como potência normativa, invertendo assim a direção normalmente pressuposta da atividade normativa. Pois falar da individualidade biológica do organismo como uma potência normativa é maneira de fazer da norma um procedimento de individualização contrário à ideia da normatividade do meio. Mas para compreender melhor a natureza dessa potência normativa da vida e seus desafios, devemos retomar as discussões de Canguilhem a respeito das distinções entre o normal e o patológico, entre a saúde e a doença

Quantidade e qualidade
O abismo da impotência
Patologias sociais
O que pode significar “dominar”
O que acontece quando entramos por uma porta errada?
A vida tem sua maneira de resolver problemas ontológicos18
O capitalismo desconhece a contingência
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