Abstract

O objetivo deste trabalho é analisar, para o Brasil, a existência ou não de uma questão intrigante na literatura internacional: empresas com menor crescimento no ativo total observaram retornos superiores em relação àquelas com maior crescimento. Para tanto, foi considerado o Ibovespa como proxy do mercado brasileiro e, dentre as empresas que compõem o índice, foram selecionadas as não financeiras, cujos dados estivessem disponíveis no período de análise, compreendido entre 2000 e 2009. Com o objetivo de verificar se há relação negativa entre o crescimento dos ativos totais e os retornos das respectivas ações, primeiramente elas foram separadas em quatro carteiras, com base no crescimento médio ponderado do ativo total e, ainda, foram calculados os retornos logarítmicos. Além da estatística descritiva, foram desenvolvidos: matriz de correlações, teste ADF de raiz unitária, regressões lineares anuais e dados em painel. De posse dos resultados, concluiu-se que não é possível afirmar que essa relação existe para o Brasil, ao contrário do observado em outros mercados, uma vez que os testes não se mostraram estatisticamente significantes. Uma possível justificativa abordada é o fato de o Brasil possuir peculiaridades que fazem com que o mercado reaja, inclusive positivamente, ante o investimento em ativos totais, como a existência de linhas de financiamento nos organismos oficiais, permitindo que grandes conglomerados captem recursos a um custo reduzido.

Highlights

  • The main objective of this study is to analyze, for Brazil, the existence of an intriguing question in the international literature: firms with lower growth in total assets observed superior returns compared to those with higher growth

  • Com uma amostra composta pelas empresas listadas na Bovespa, no período de 1997 a 2008, concluíram que o retorno das ações está relacionado ao lucro líquido, variação da rentabilidade, capital investido, variação da oportunidade de crescimento e taxa de desconto – não estudaram o impacto dos ativos totais, proposto neste trabalho

  • Buscando incorporar à análise aspectos típicos do mercado brasileiro, foram, também, estudadas características particulares de financiamento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), visto que está entre as fontes oficiais mais importantes do país, permitindo que grandes conglomerados captem recursos a custo reduzido

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Summary

Revisão da literatura

O efeito do crescimento do ativo total sobre o preço das ações foi realizado por diversos autores e, em todos eles, foi observada a relação negativa entre o crescimento do ativo total e o retorno das ações, com exceção de Nagano, Merlo e Silva (2003), como apresentado a seguir. Whisenant e Yohn (2003) estudaram a relação entre o crescimento do ativo operacional líquido e o retorno sobre ativos totais. A amostra utilizada foi referente a empresas cujos balanços patrimoniais e retornos estivessem disponíveis, abrangendo um período de 30 anos, entre 1964 e 1993. Foram excluídas da amostra empresas cujos dados não seriam suficientes para calcular receita operacional, patrimônio, fluxo de caixa ou ativo líquido operacional. Por meio de regressões anuais, foi observado que o crescimento dos ativos no longo prazo e o ativo operacional líquido apresentaram relação negativa em comparação ao retorno sobre os ativos, considerando um ano de defasagem. O período de análise foi de 1973 a 1996, com retornos mensais obtidos no CRSP e dados financeiros obtidos no Compustat. Para a análise de retornos foi utilizado o modelo characteristicbased benchmark, utilizando o modelo Fama-

40 Fernanda Vieira Fernandes Ribeiro
METODOLOGIA
TESTES e RESULTADOS
PECULIARIDADES DO MERCADO BRASILEIRO
CONCLUSÃO
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