Abstract

É conhecido o esforço de alguns críticos brasileiros do início do século XX de constituir uma relação entre a poesia moderna e a sua herança simbolista. Alceu Amoroso Lima afirmou ter o simbolismo aberto “rumos novos” e tido “o grande mérito de trazer de novo a poesia ao seu berço nativo – o mistério”. Andrade Muricy e Tasso da Silveira também procederam a uma revisão do simbolismo com vistas à poesia moderna, europeia e brasileira. Fizeram-no através de edições da obra de Cruz e Souza, Bernardino Lopes, Emiliano Perneta, ou do exaustivo Panorama do simbolismo brasileiro, publicado em dois volumes e abrangendo desde precursores do movimento até poetas como Manuel Bandeira, Cecília Meireles ou Onestaldo de Pennafort. O interesse desta apresentação é percorrer uma das chaves principais de leitura dessa tradição, a espiritualidade, às quais Alceu somaria outra, política, em seu artigo intitulado A reação espiritualista. Trata-se de proceder, com o seu auxílio, à interpretação de Festim de Guilherme de Almeida – um dos principais tradutores de Baudelaire e Paul Verlaine – livro considerado pelo poeta, nos anos 1930, como a única obra em que pôde manter uma atitude puramente espiritualista.

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