Abstract

No Brasil, Zika é apresentado como um vírus transmitido somente por mosquitos e a epidemia como uma preocupação somente para mulheres. Para examinar essa errônea caracterização, este artigo investiga as múltiplas rotas de transmissão do vírus Zika: transmissão vetorial (através da picada de um mosquito), transmissão por fluidos (através, por exemplo, do sêmen) e transmissão vertical (através da placenta para o feto no útero). Ao analisarmos a passagem de patógenos de um organismo para outro e as formas como essas passagens são entendidas, investigadas e (des)consideradas, abordamos, simultaneamente, aspectos biológicos e culturais. Argumentamos que uma antropologia, centrada na transmissão, permite elucidar as materialidades corporais, os significados simbólicos e as consequências políticas do movimento de patógenos de um organismo para outro, como relações entre humanos e não humanos. Sugerimos que essa “antropologia da transmissão” também possibilita o desenvolvimento de políticas públicas mais abrangentes e inclusivas.

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