Abstract

Os mercados futuros possuem uso restrito entre os cafeicultores brasileiros, o que, de certa maneira, não condiz com as altas razões ótimas de hedge obtidas nos modelos de mínima variância. Os motivos para esta baixa utilização estão associados às características do produtor e de seu negócio, preferências em relação ao modelo de administração de risco da atividade e questões comportamentais. Diante disso, o presente estudo buscou verificar quais fatores interferem na decisão de uso destes derivativos entre os cafeicultores brasileiros. Em uma primeira etapa, foram calculadas razões ótimas de hedge, de acordo com Myers e Thompson (1989), para os mercados da BM&FBOVESPA e ICE Futures. Tais razões apresentaram valores superiores a 50%. Em uma segunda etapa, a partir da aplicação de 373 questionários, observou-se que 12,9% da amostra declara conhecer e utilizar futuros, sendo que, na média, a razão de hedge adotada esteve abaixo de 50%. Em uma terceira etapa, a partir de um modelo logit, concluiu-se que os fatores que influenciaram o uso dos contratos foram grau de aversão ao risco de preço, tamanho da produção, nível de conhecimento sobre derivativos e dimensão pela qual se entende que tais instrumentos levam à maior estabilidade da receita da atividade.

Highlights

  • Through surveys with 373 coffee farmers, it was observed that only 12.9% of the sample reported knowing and using futures as a way to manage the price risk

  • Most important factors which explain the use of future contracts by coffee growers were risk aversion, size of production, level of understanding about future contracts and the level which farmers understand that future contracts enable the decrease of revenue fluctuation

  • O presente artigo tem três objetivos: i) avaliar, a partir do modelo de Myers e Thompson (1989), as razões de hedge e sua efetividade nas principais praças produtoras de café arábica do Brasil, considerando-se os mercados futuros da BM&FBOVESPA e da Bolsa de Nova York (ICE Futures); ii) analisar em que proporção os futuros são usados para gerenciamento do risco de preço mediante a aplicação de questioná­ rios a produtores; iii) investigar os principais fatores que inter­ ferem no uso destes derivativos, verifican­ do se aspectos relativos à característica do produtor e de seu negócio, à sua preferên­ cia quanto ao modelo de administração de risco de sua atividade e às suas percepções frente a risco influenciam nesta decisão

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Summary

Introdução

O risco de preços se constitui em um dos principais riscos presentes nas atividades agroin­ dustriais. O presente artigo tem três objetivos: i) avaliar, a partir do modelo de Myers e Thompson (1989), as razões de hedge e sua efetividade nas principais praças produtoras de café arábica do Brasil, considerando-se os mercados futuros da BM&FBOVESPA e da Bolsa de Nova York (ICE Futures); ii) analisar em que proporção os futuros são usados para gerenciamento do risco de preço mediante a aplicação de questioná­ rios a produtores; iii) investigar os principais fatores que inter­ ferem no uso destes derivativos, verifican­ do se aspectos relativos à característica do produtor e de seu negócio, à sua preferên­ cia quanto ao modelo de administração de risco de sua atividade e às suas percepções frente a risco influenciam nesta decisão

Razão ótima e efetividade do hedge
Dados da pesquisa
Análise dos fatores condicionantes ao uso dos mercados futuros
Análise dos resultados
Conclusões
Findings
Referências bibliográficas
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