Abstract
No presente artigo, examino o problema da normatividade na relação com a dimensão ancestral das possibilidades legadas pelos mortos. Seguindo o projeto de uma fenomenologia da espectralidade, apresentado por Hans Ruin, esboço uma interpretação de algumas indicações formais, presentes na analítica existencial de Ser e Tempo, a respeito da atmosfera (Stimmung) do ser-com-os-mortos. O sentimento existencial que manifesta uma sintonia já ocorrida com o âmbito da ancestralidade é o respeito (Ehrfurcht): respeito para com as possibilidades que podem ser retomadas no modo da réplica a uma herança. Da análise desse sentimento, resulta que a dimensão ancestral oferece a matéria da individuação histórica, mas não contém a medida da adequada resposta às possibilidades legadas. Concluo ressaltando que o aspecto autonoético do sentimento de respeito em relação às possibilidades ancestrais revela o abandono e a vulnerabilidade dos vivos em face a uma dimensão que comanda sem abrigar em si mesma uma medida da justa resposta.
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