Abstract
O presente artigo propõe analisar os diferentes discursos em torno do ofício exercido pelas amas de leite contratadas pela Santa Casa de Misericórdia de Salvador nas últimas décadas do século XIX. A partir da documentação da Santa Casa e de periódicos, sobretudo a Gazeta Médica da Bahia e O Monitor, buscamos compreender o cotidiano e as estratégias de sobrevivência dessas trabalhadoras, em sua maioria pobres e “de cor”, no contexto do declínio do sistema escravista e da inserção do saber médico-higienista no cuidado à criança. O período foi marcado pelas constantes tentativas de regulamentação do trabalho dessas mulheres e da associação da prática da amamentação mercenária a um costume atrasado e retrógrado, que não condizia com os ideais de modernização propostos pelos médicos e autoridades.
Highlights
Durante o século xix, as amas de leite, como eram denominadas as mulheres que amamentavam os filhos alheios, foram peça fundamental como força de trabalho urbana, fossem elas escravizadas, libertas ou livres
This article analyses different discourses about the work of wet nurses hired by the Santa Casa de Misericordia de Salvador during the last decades of the 19th century
Based on Santa Casa's sources and the newspapers, especially Gazeta Medica da Bahia and O Monitor, we intend to understand the daily life and survival strategies of these working women, mostly of them poor and ‘coloured’, in a context shaped by the decline of the proslavery system and emergence of medical-hygienic knowledge with child care
Summary
As amas de leite, como eram denominadas as mulheres que amamentavam os filhos alheios, foram peça fundamental como força de trabalho urbana, fossem elas escravizadas, libertas ou livres.
Talk to us
Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have