Abstract

A obra que nos propomos analisar neste artigo intitula-se A Primeira Missa no Brasil, de Victor Meirelles. Dada a sua expressiva dimensão, é considerada uma das telas de maiores proporções da arte brasileira produzida no século XIX. Como se sabe, a história do descobrimento do Brasil é repleta de contradições, dentre as quais se encontram questões sobre o acaso e a intenção dos portugueses que aportaram no Brasil em 1500. O quadro de Meirelles também se encontra envolto em divergências se levarmos em consideração a narrativa feita por Pero Vaz de Caminha, em sua carta ao rei de Portugal. A leitura dessa obra é trabalhada com o objetivo de apreender as categorias do plano da expressão homologáveis às categorias do conteúdo, com base nos pressupostos teórico-metodológicos da semiótica discursiva de A. J. Greimas e seus colaboradores, mais especificamente à vertente da semiótica visual. Tais categorias da expressão foram relacionadas com oposições encontradas no plano do conteúdo, cujo resultado aproximou-se do que, em semiótica, são denominadas relações semissimbólicas. Como as análises propostas centraram-se apenas no texto-quadro A Primeira Missa no Brasil, não houve a intenção de abordar o discurso ideológico desse quadro em oposição a outros discursos.

Highlights

  • A study based on visual semiotics of the painting A Primeira Missa no Brasil from Victor Meirelles — The work that we intend to analyze in this article is named A Primeira Missa no Brasil, from Victor Meirelles

  • Meirelles'painting is wrapped in divergences if we consider the narrative by Pero Vaz de Caminha in his letter to the king of Portugal

  • The reading of this art work is done with the objective of learning the categories of the expression plane homologable to the categories of content, based on the theoretical-methodological assumptions of the discursive semiotics of A

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Summary

Estudo do significante da obra

A organização do quadro A Primeira Missa no Brasil é realizada com base nas linhas estruturais que organizam o espaço da obra, produzindo, assim, um efeito de equilíbrio. A primeira grande apreensão que se tem é feita por uma linha horizontal central, que a divide em duas grandes zonas. Tem-se uma linha contínua horizontal (horizontalidade) que, seguindo a mesma configuração da superfície do quadro, divide esta zona em outras duas subzonas paralelas (Fig.[2]). Na primeira subzona (de baixo para cima), há uma predominância de triangulações (retilíneo) [Fig.3], a presença de linhas irregulares contínuas com contornos arredondados (curvilíneo) [Fig.4] e uma linha côncava (concavidade). O branco (claro) torna-se mais evidente pela presença das sombras constituídas na primeira zona. O sentido dá-se, então, proporcionalmente, pelo tamanho das partes claras e escuras que compõem as unidades cromáticas, de acordo com o esquema apresentado abaixo: claro (luz) vs escuro (sombra) acromático vs cromático acromático vs cromático branco ocre preto, cinza marrom, azul, verde (em diferentes tonalidades) e vermelho. A cena principal, a missa, encontra-se englobada na grande triangulação, forma que configura a composição central

Estudo do significado da obra
Homologações de categorias
Considerações finais
Fabiane Villela Marroni
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