Abstract

RESUMO A uberizacao e definida como novo tipo de controle e gerenciamento do trabalho associado a um processo de informalizacao, que leva a consolidacao do trabalhador sob demanda. A partir do trabalho de bikeboys e motoboys, discute-se a participacao de jovens negros nesse tipo de trabalho, a luz do gerenciamento algoritmico e do controle centralizado de modos de vida perifericos. Analisam-se as condicoes de trabalho dos entregadores e sua organizacao politica durante a pandemia de Covid-19.

Highlights

  • Uberization is understood as a new type of labor control

  • Distante da figura do empreendedorismo ou da autono‐ mia, trata‐se de um autogerenciamento subordinado (Abílio, 2019)

  • O trabalhador uberizado é recorrentemente representado como um “chefe de si mesmo”,5 um trabalhador autônomo ou um empre‐ endedor.Nessa tipificação do trabalhador residem elementos centrais que envolvem as formas contemporâneas de gestão e controle do tra‐ balho,as quais se realizam por uma perda de mediações publicamente estabelecidas sobre o trabalho, transferência de parte do gerenciamen‐ to para o próprio trabalhador e incorporação de seus saberes e compe‐ tências na gestão

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Summary

Trabalhador “just‐in‐time” e gerenciamento algorítmico do trabalho

A uberização não se inicia com a empresa Uber, tampouco se res‐ tringe às plataformas digitais ou ao trabalho digital. As empresas‐aplicativo detêm os meios técnico‐políticos para o uso racionalizado e eficiente, no tempo e no espaço, de centenas de milhares de trabalhadores just‐in‐time.Apresentando‐se como media‐ doras tecnológicas entre oferta e procura, as empresas encarnam elas próprias uma espécie de mão invisível do mercado: determinam o va‐ lor do trabalho e sua variação, definem e gerenciam a distribuição do trabalho, regulam a oferta de trabalhadores, criam mecanismos de ava‐ liação e controle da produtividade que operam constantemente, mas são difíceis de mapear e definir. Como Mauro e outros trabalhadores evidenciam (Möhlmann; Zalmanson, 2017), o que aparece como aleatoriedade da técnica tam‐ bém pode ser compreendido como um controle despótico que opera de modo informalizado, não localizável, mas racionalizado, que regula a produtividade do trabalhador, transfere‐lhe riscos e custos sem nem mesmo garantir sua remuneração. O gerenciamento algorítmico do traba‐ lho hoje integra esse campo obscuro da extração e do uso de dados, no qual o trabalhador está subordinado, mas as regras do trabalho já não são contratualmente estabelecidas nem minimamente formalizadas

Do empreendedor de si ao autogerente subordinado periférico
Juvenil como sinônimo de mais precário
Entregador uberizado ou “bike courier” contratado?
A condição do trabalhador “just‐in‐time” na pandemia
Brecando os “apps”
Findings
Considerações finais
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