Abstract

O presente artigo parte da investigação realizada no âmbito do turismo fluvial e dos lazeres em águas interiores em Portugal. Realça a importância do rio como atração turística e como património. A conceptualização do turismo fluvial é um dos seus contributos. Esta centra-se no stricto sensu do turismo fluvial, evidencia a sua amplitude, a sua acentuada ancoragem territorial e sua importância para o desenvolvimento local e regional. A análise retrospetiva da valorização dos rios em Portugal releva as potencialidades do território nacional e o caráter relativamente recente e pontual dos investimentos para valorizar as águas interiores para os lazeres e para o turismo. O rio Douro é um caso paradigmático do turismo fluvial em Portugal. Os dados evidenciam um crescimento muito acentuado dos passageiros na via navegável do Douro a partir de 2011, explicado, fundamentalmente, pelo aumento de passageiros que realizam um cruzeiro fluvial na mesma albufeira; uma importância desigual de passageiros nos cais de acostagem, destacando-se Régua, Sabrosa/Pinhão, Gaia e Barca d’Alva; uma expressiva sazonalidade dos cruzeiros fluviais; uma preponderância de portugueses nos cruzeiros fluviais de um dia e de turistas internacionais nos cruzeiros em barco-hotel. A investigação sugere a importância de se inventariarem as potencialidades do território nacional em termos de turismo fluvial e de lazeres em águas interiores e de se analisar e monitorizar a procura para melhor gerir a oferta.

Highlights

  • This article takes the research undertaken on river tourism and leisure on inland waterways in Portugal as its starting point

  • Como são vários os produtos turísticos que dependem dos recursos hídricos, designadamente dos planos de água, naturais e artificiais: turismo náutico, turismo de saúde, turismo de natureza, turismo rural, golfe, mas também circuitos turísticos e estadas de curta duração em cidades são produtos que podem integrar na sua composição experiências que muito beneficiam de planos de água naturais e/ ou artificiais

  • Estes instrumentos de planeamento dos recursos hídricos têm como objetivo a proteção, a gestão e a valorização não só ambiental mas também económica e social destes recursos ao nível das bacias hidrográficas, integradas estas numa unidade territorial, isto é, numa região hidrográfica, como previsto na Lei da Água

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Summary

Introdução

As aquosidades fluvio-recreativas e a refuncionalização das planícies fluviais encontram uma abordagem em Cavaco (2010b) na reflexão que efetua dos lazeres e do turismo de água doce, em Cavaco (2010a) quando aborda as áreas fluviais do interior mas também em Cavaco e Simões (1998) quando se referem aos lazeres na beira-rio. Marques (1994) e Ferreira (1998) centram-se nas albufeiras das barragens, evidenciando que se convenientemente planeadas e ordenadas nos planos de água e nas margens se podem compatibilizar diferentes atividades e, deste modo, constituirem-se como uma alternativa aos lazeres das áreas costeiras. Hall e Härkönen (2006) também valorizam os lazeres e o turismo em águas interiores, nos lagos, ambientes aquáticos que, segundo os próprios, são pouco considerados na análise dos lazeres e do turismo

O turismo fluvial: conceptualização
O turismo fluvial no rio Douro
Considerações finais
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