Abstract

OBJETIVO: Relatar um caso de trombose de artéria carótida interna secundária relacionada a trauma de palato mole em criança. DESCRIÇÃO DO CASO: Criança admitida com quadro de alteração do nível de consciência, sonolência, afasia e hemiplegia direita; tinha antecedente de trauma corto contuso leve em palato mole há oito horas. A investigação tomográfica evidenciou acidente vascular isquêmico secundário à interrupção do fluxo sanguíneo em território de artéria cerebral média esquerda. A arteriografia mostrou oclusão da artéria carótida interna imediatamente distal à sua origem, com aspecto radiológico de "ponta de lápis", obstruindo o fluxo sanguíneo na região. A paciente foi submetida à investigação para doença pró-trombótica e cardíaca, contudo, não foi detectada nenhuma alteração. A administração de enoxaparina em dose terapêutica por três semanas conduziu à melhora clínica progressiva. Após três semanas de seguimento, a paciente não mostrava sequelas motoras. COMENTÁRIOS: As lesões intraorais são frequentes em crianças e a maioria evolui sem complicações. A trombose da artéria carótida interna é uma complicação rara, mas bem documentada destas lesões e decorre da compressão do vaso com trombogênese localizada. A taxa de mortalidade relatada é de 30% e as sequelas ocorrem em 85% dos casos.

Highlights

  • Descrição do caso: Criança admitida com quadro de alteração do nível de consciência, sonolência, afasia e hemiplegia direita; tinha antecedente de trauma corto contuso leve em palato mole há oito horas

  • A presença da trombose é evento de exceção e o período mínimo de observação de 48 horas pode não ser suficiente nos casos de lesão estabelecida, pois existem relatos de ocorrência de sintomas até 96 horas após o trauma[10]

  • Internal carotid artery thrombosis following penetrating trauma of the soft palate: an injury of youth

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Summary

Objective

To describe a child with internal carotid artery thrombosis secondary to trauma of the soft palate. O impacto da elevação epidêmica dos índices de obesidade na infância sobre a incidência de AVC é algo ainda a ser elucidado, porém os mesmos fatores de risco para o AVC na vida adulta, como dislipidemias, diabetes e hipertensão arterial podem exercer uma função significativa na faixa etária pediátrica[4]. Nos pacientes com AVC após trauma oral, evento bastante raro, é imperativo que se descartem outras enfermidades e que se investiguem doenças congênitas ou adquiridas cardíacas, alterações vasculares, processos infecciosos vigentes, medicamentos em uso e, principalmente, distúrbios sanguíneos, que podem predispor a tal evento na presença de um fator desencadeante, como o trauma. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de trombose da artéria carótida interna relacionada com trauma de palato mole em criança, evento raro e pouco conhecido pela classe médica pediátrica

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