Abstract

Este texto pretende indagar sobre a forte presença de trabalhos artísticos, especialmente na poesia contemporânea, que apresentam uma cena de es­crita e leitura relacional e coletiva, que abre as no­ções de voz e subjetividade próprias aos encontros de afetação mútua com o outro. Tomando para isso e como fio condutor o trabalho de Marília Garcia, procuro me deter em alguns elementos paradig­máticos de uma poética dos afetos. Em primeiro lugar, na explicitação do próprio trabalho como um movimento permanente de escrita da leitura que, ao mesmo tempo, é resultado das leituras e encontros com poetas/amigos e a eles se endereça. Em seguida, na evidenciação da impossibilidade de um desenvolvimento pleno e sem atritos desse circuito, ou seja, da falha da correspondência entre a leitura e a escrita, entre representação e referente (conflito observado no trabalho sobre as cartografias). Por último, na construção delibera­da da obra como um percurso pautado pelos en­contros afetivos como momentos conflitantes, que performam criticamente essas falhas, projetando intervenções na cartografia que desestabilizam toda possibilidade de localização, mas ao mesmo tempo criam espaços de pertencimento.

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