Abstract

As lesões arteriovenosas que envolvem a dura máter e o espaço epidural são chamadas de shunts arteriovenosos durais. Elas representam comunicações diretas anormais, entre artérias durais e veias durais dilatadas, sem um leito capilar entre estas. A fístula arteriovenosa dural corresponde à cerca de 15% de todas as lesões arteriovenosas intracranianas. Apresentamos o caso de um paciente de 31 anos, apresentando crises epilépticas de início aos 14 anos, cuja investigação diagnóstica com exames de imagem mostrou fístula arteriovenosa dural da região da inserção da tenda drenando para os seios transverso e sigmóide direitos, nutrida pelas artérias occipitais, meníngea média direita e tronco meningohipofisário direito. Além das múltiplas aferências arteriais, também havia oclusão das veias jugulares, o que impedia o tratamento pela via venosa. Foi realizado tratamento combinado, com acesso cirúrgico através de trepanação na junção dos seios transverso-sigmoide direitos, com punção do seio transverso e embolização dos mesmos com espiras metálicas e adesivo tissular (cianoacrilato), com oclusão total da lesão. Descrevemos o procedimento e realizamos uma breve revisão da literatura sobre o tema.

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