Abstract

Durante os governos Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2010-2016), no Brasil, a cooperação acadêmica internacional Sul-Sul se fortaleceu, em particular no que alude aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa – PALOPs. Houve, por exemplo, o incremento dos Programas Estudantes-Convênio de Graduação e Pós-Graduação (PEC-G e PEC-PG) e a criação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). Dentre os fatores que costumam justificar essa parceria educacional, destacam-se a história de colonização dessas regiões do Atlântico Sul e o compartilhamento da língua portuguesa como língua oficial (embora não majoritária em todos os países). O presente artigo pretende analisar, no âmbito das políticas linguísticas e educacionais de convênio acadêmico, o estatuto da língua portuguesa no processo de integração de estudantes oriundos dos PALOPs no ensino superior brasileiro. Questionando a ideia etnocêntrica e utópica da “lusofonia” (FARACO, 2016), bem como sua “base cultural comum” homogeneizadora de espaços, sujeitos e línguas, problematiza-se o apagamento da violência simbólica da colonização linguística portuguesa nos discursos da CPLP além dos pressupostos neocoloniais e interesses econômicos da cooperação acadêmica brasileira.

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