Abstract

Este artigo analisa o recente movimento de realocação industrial chinesa em direção à África. Esse fenômeno possui duas visões distintas quanto à eficácia em produzir desenvolvimento econômico. Os teóricos do Flying Geese Pattern of Development, em tradução livre, modelo de desenvolvimento do voo de gansos, sustentam que a transferência produtiva é catalisadora de desenvolvimento econômico. Já os defensores da “Teoria da Dependência” denunciam que a industrialização guiada por transferência industrial do centro para a periferia é uma das causas da perpetuação do subdesenvolvimento. Dito isso, esse artigo analisa até que ponto alguma dessas teorias é capaz de explicar o lugar da África na transferência industrial chinesa, utilizando uma abordagem qualitativa para inferir em qual realidade material se encontram os países da África atualmente. O modelo de análise proposto para construir inferências contém duas perguntas, cada uma com duas hipóteses, dentre as quais, uma corresponde ao caminho do subdesenvolvimento, segundo a Teoria da Dependência, e outra ao processo de desenvolvimento do modelo Flying Geese Pattern. Os resultados sugerem que os países analisados respondem positivamente a uma hipótese que leva à dependência, enquanto confirmam que outra atende às condições de desenvolvimento do Flying Geese Pattern. O artigo conclui que os países que albergaram as SEZs chinesas se encontram numa encruzilhada entre decolar a economia e estagnar o subdesenvolvimento. Essa inferência é apoiada pela constatação que, enquanto estes países voltam a produção para a exportação, não obrigam a participação de capital nacional para absorção de tecnologia.Palavras-Chave: Relações China-África; Transferência produtiva; Flying Geese Pattern; Teoria da Dependência.

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