Abstract

Entre o século XIX e o século XX, diversos escritores latino-americanos se aventuraram na criação de versões escritas da tradicional narrativa oral andina Manchay Puytu. Neste artigo, me proponho a analisar como algumas dessas versões refletiam projetos de sociedade concebidos por seus autores, e isso, particularmente em relação a um contexto de América Latina pós-colonial. Para isto, tomo como central a figura do cholo, o mestiço de brancos com ameríndios e herói das histórias do Manchay que, por sua posição ambígua, recebia grande parte do peso de expectativas do meio intelectual de cada época, ora positivas, ora negativas. Para desenvolver minha análise, faço uso de extensa pesquisa bibliográfica, assim como de certas ferramentas teóricas tiradas das ciências sociais que me permitem pensar o contexto pós-colonial em que tais “traduções do cholo” se inserem. Concluo com reflexões sobre o cholo na obra de Taboada Terán, apresentado como psicologicamente insustentável, além de sem lugar diante da colonialidade do poder da sociedade em que ainda vive, e aponto ainda a importância do Manchay Puytu, acima de tudo como estratégia de lembrança de um opressor passado colonial, o que é ressaltado pela imagem da quena, flauta andina de alto poder simbólico na cosmologia quéchua.

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