Abstract

Resumo Neste ensaio, propomos discutir as limitações da abordagem ortodoxa de trabalho em relação à economia solidária adotada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela visão clássica da sociologia do trabalho. Para iniciar a argumentação, mostramos que a economia solidária foi analisada pela sociologia do trabalho tradicional, tanto no Brasil quanto na França, como uma ilusão da qual os atores são vítimas. Já a OIT, ainda que apresente ultimamente uma perspectiva em contraste, se encarcera numa noção de trabalho decente na economia solidária que mantém um quadro de referência comum com a perspectiva conservadora da sociologia do trabalho. Na segunda parte, apresentamos 2 práticas que expõem quanto a economia solidária não pode ser reduzida à dimensão econômica de modo de produção e das relações de trabalho, bem como que existe uma dimensão política emancipadora inerente a ela, nos casos do Conjunto Palmeiras (Brasil) e do movimento das Régies de quartier (França). Com base nessas emergências práticas, na terceira seção, buscamos especificar as estruturas teóricas que não se limitam a compreender as modalidades de implementação do trabalho na economia solidária, permitindo uma integração mais ampla das múltiplas dimensões. Desse modo, 3 enfoques teóricos são relacionados: as epistemologias do Sul, a abordagem substantiva da ação econômica e a noção de democracia deliberativa. Ao fim, abre-se a reflexão para que a sociologia do trabalho e a OIT avancem e reconfigurem suas abordagens de referência sobre o trabalho e a economia solidária para uma concepção ampliada, substantiva e heterodoxa.

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