Abstract

O estudo investiga o uso da categoria determinante na estrutura gramatical da interlíngua de surdos aprendizes de português brasileiro (PB) escrito como segunda língua. Adotando os pressupostos teóricos da gramática gerativa, assumimos a hipótese de que a Língua de Sinais Brasileira (LSB) lexicaliza a categoria determinante (D) pela apontação, que codifica a referência dos nomes, assim como o sistema de pronomes pessoais e demonstrativos. Os dados da interlíngua foram produzidos por 11 participantes surdos, falantes de LSB como L1, em atividade semiestruturada de produção escrita em português, tendo como referência sentenças produzidas na LSB. Os participantes foram distribuídos nos níveis básico (G1) e intermediário (G2), de acordo com a proficiência no PB. Verificou-se a presença de desenvolvimento linguístico, uma vez que, na comparação entre G1 e G2, existe redução do padrão estrutural em que o determinante está ausente (nominal nu). Em relação ao uso do determinante, observa-se maior taxa de uso do pronome demonstrativo do que do artigo definido. Esse resultado é analisado como interferência da L1, pela presença do traço dêictico no núcleo D na LSB.

Highlights

  • This study investigates the use of determiners in the interlanguage of deafs learning Brazilian Portuguese (BP) as a second language (L2)

  • A línguas de sinais (LS) apresenta todos os níveis linguísticos de uma línguas orais (LO): fonológico, sintático e semântico

  • Sintaxe dos determinantes na língua brasileira de sinais e aspectos de sua aquisição

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Summary

A CATEGORIA DETERMINANTE

Ao abordar a categoria dos determinantes, é preciso considerar as propriedades morfossintáticas e semânticas, o que significa entender as noções de referencialidade e definitude, e ainda observar as relações argumentais do predicado, por um lado, e as propriedades morfossintáticas, por outro. A proposta de que o determinante é realizado como uma projeção máxima na estrutura do sintagma nominal também é defendida por Longobardi (1994 apud MACEDO-COSTA, 2016). Mesmo se o determinante não é morfologicamente realizado, a projeção funcional está na estrutura, uma vez que as línguas que não possuem artigo codificam a referencialidade, a unicidade, a definitude, a especificidade, por meio de traços formais que estão vinculados a posições sintáticas específicas. Observa ainda que os cadernos.abralin.org traços [DEFINIDO] e [ESPECÍFICO] são separados do nó pessoa [π], pelo fato de haver Locs que codificam esses traços, mas não codificam o traço de pessoa. A ausência do Loc faz com que recaia no nominal HOMEM a checagem dos traços [D] e [φ], por meio do movimento de N para D, o que resulta na interpretação genérica desse nome: Figura 5.

O ESTUDO EXPERIMENTAL
ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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