Abstract

No presente artigo procura-se realizar uma depuração analítica da retomada do conceito de ontologia na filosofia e na antropologia das duas primeiras décadas do século xxi. Nossa hipótese é que essa “virada ontológica” nas ciências humanas, a despeito de suas variações internas, tem em comum um movimento “antinarcísico” de busca obsessiva por uma alteridade radical. No caso da filosofia, essa busca se mostra por meio do reconhecimento do estatuto de realidade daquilo que não concerne ao humano; no caso da antropologia, esse reconhecimento se volta para os conceitos ou formas de vida não ocidentais. Procuramos ainda mostrar como ambas as disciplinas buscam transformar o acesso ao outro numa forma de colocar a si mesmo (o ser humano ou os conceitos ocidentais) em questão. Na filosofia, esse outro é imaginado nos espaços indiferentes ao ser humano ou nas personagens ficcionais teratológicos; na antropologia, trata-se de uma outra forma de vida ou uma outra metafísica conceitual.

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