Abstract
A crise de refugiados; o terrorismo; os fluxos que escapam à regulação; as desigualdades;a desconstrução da comunidade familiar e a suspeição perante Estados a gerirrestrições orçamentais, estão entre os fatores que aumentaram a desconfiança na Europa.O levantamento de muros; a difusão de um urbanismo defensivo e a privatização da segurançaconstituem uma tendência em muitos países europeus. É nesse sentido que, emdiferentes escalas geográficas, uma Europa agora menos coesa se vai estruturando emterritórios de medo que têm levado a processos de confinamento e atomização social e aoaumento das distâncias entre os cidadãos.
Highlights
Na atualidade, problematiza-se o processo de integração europeia, questionando-o até que ponto se está, ou não, a construir um território coeso e uma casa comum de partilha de interesses estratégicos e valores
O mundo em movimento, tal como o conhecemos, e que vai do turismo às experiências Erasmus, depende não apenas da facilidade em viajar mas assenta sobretudo na confiança e nos mapas mentais, mais abertos e flexíveis, ou mais fechados e estáticos
A confiança e os mapas mentais, devem constituir uma das preocupações fundamentais para a preparação da Europa do futuro, que se pretende mais coesa, aberta e participada
Summary
Problematiza-se o processo de integração europeia, questionando-o até que ponto se está, ou não, a construir um território coeso e uma casa comum de partilha de interesses estratégicos e valores. No que diz respeito à distância, aqui entendida em sentido lato, há uma tendência otimista de fundo que parece apontar para o abatimento dos muros e das fronteiras, para a compressão do espaço-tempo e para o consequente aumento da proximidade entre as populações. Em muitas cidades, como Nairobi ou São Paulo, estas infraestruturas localizam-se em espaços urbanizados na proximidade de populações que não têm acesso a essas mobilidades encurtadas e organizam as suas territorialidades em contextos locais, sem participação direta e efetiva nas dinâmicas mais aceleradas da globalização. Estes fenómenos de insularização territorial, como os condomínios fechados, os resorts turísticos ou os parques temáticos de escala internacional, têm uma expressão global, mas marcam também a geografia europeia
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