Abstract

O objetivo deste artigo é tentar extrair da obra de Lucien Lévy-Bruhl, um conceito de “território” produtivo do ponto de vista do atual estado da literatura etnológica; extraí-lo e, em um segundo movimento, experimentá-lo a partir do material etnográfico Karajá. Depois de explorar brevemente alguns dos aspectos centrais da obra o autor francês, sobretudo sua noção de participação, passo a elaborar o conceito karajá de hãwa, geralmente traduzido pelos índios por “território”, como um “amontoado de participações e exclusões”, segundo o entendimento de Lévy-Bruhl. Pois um hãwa associado a uma aldeia engloba vários territórios heterogêneos habitados por seres Outros, entre os quais o que há não é uma divisão extensiva, mas uma superposição intensiva. Habitar um hãwa, portanto, demanda uma vívida percepção dos modos de relação que esse “amontoado” implica, bem como de uma avaliação cuidadosa das consequências, ou os efeitos, dessas suas ações – uma cosmopolítica do respeito.

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