Abstract

O presente artigo tem o objetivo de discutir o conceito de território enquanto porção do espaço delimitado pelo campesinato de base agroecológico. Para isso, vamos recorrer a algumas obras consideradas indispensáveis para a discussão e construção do entendimento do conceito de território, enquanto porção do espaço em que as relações estão mediadas pelo poder, manifestado a partir das relações sociais e de (re)produção. Além deste conceito, tão caro à Geografia, será necessário também percorrer, para melhor compreender, o que se entende por campesinato no Brasil, visto que, embora haja um amplo e histórico debate sobre essa categoria de sujeito social, ainda é significativa a quantidade de autores que questionam sua existência. Na perspectiva de construção de uma sólida base conceitual, este trabalho visa enveredar pelo debate em torno da agroecologia, uma vez que esta ciência tem ganhado espaço e relevância não só no meio acadêmico, mas sobretudo, no espaço rural brasileiro. No decorrer deste trabalho apresentaremos casos de práticas camponesas de base agroecológica que vem se reproduzindo no semiárido cearense há mais de duas décadas. Estas práticas propiciam, a uma só vez, a permanência do campesinato como um modo de vida, ao mesmo tempo em que evidenciam, a partir das relações sociais e de produção, a ressignificação do conceito território.

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