Abstract

Este trabalho objetiva compreender as transformações que vem ocorrendo no Pampa, em função da territorialização da soja, analisando os impactos dessas mudanças no território, especialmente referente a inserção dos agricultores e pecuaristas familiares nesse sistema de produção. O espaço de análise se concentra na zona de fronteira dos municípios de Santana do Livramento/BR e Rivera/UY. Metodologicamente, foi realizada uma pesquisa de caráter qualitativo, tomando como base dados secundários, pesquisa bibliográfica e documental, e ainda, a pesquisa de campo com agricultores familiares e técnicos. Os resultados identificam uma reconfiguração territorial do espaço rural, notabilizando-se pela implantação da sojicultora, minimizando a histórica participação da pecuária na referida região.

Highlights

  • This paper aims to understand the transformations occurring in the Pampa due to the territorialization of soybean, by analyzing the impacts of these changes in the territory, especially regarding the insertion of agriculture farmers and livestock family farmers in this production system

  • Já aqueles agricultores que resistem a esse modelo buscam manter-se no campo com a realização da pecuária familiar e com atividades agrícolas e nãoagrícolas, dentre e fora da propriedade, alguns tornam-se pluriativos, inclusive vendendo parte de sua mão de obra para atividades voltadas ao agronegócio na região e a cadeia da soja, por vezes tornam-se empregados temporários nas lavouras

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Summary

Conceito de território e o contexto do Pampa

A discussão sobre o conceito de território emerge após a década de 19601970 com o surgimento da crise paradigmática positivista, a qual resulta na evolução do pensamento geográfico, com um compromisso social, cujo olhar voltou-se para as redefinições do espaço em decorrência do modo de produção capitalista. Na concepção de Haesbaert (2004) o território pode ser interpretado a partir de três vertentes básicas: política - onde o território é analisado como um espaço delimitado e controlado, através das relações de poder político, seja do Estado ou de outros agentes; econômica – onde se destaca a relação de embate entre as classes sociais e na relação de capital-trabalho; e a cultural – onde se prioriza a dimensão simbólica e mais subjetiva, em que o território. A dinâmica do agronegócio no Pampa introduziu novos elementos no território, influenciando nas relações econômicas e políticas do mesmo, como ressaltava anteriormente os autores Raffestin (1993), Santos (1994; 1998) e Haesbaert (2004). O predomínio das políticas e das ações de poder que favorecem o cenário do agronegócio no espaço do Pampa, acabam por dificultar a permanência de agricultores e pecuaristas familiares no campo. Esse cenário impacta fortemente as territorialidades rurais tradicionais, especialmente aqueles que se reproduzem socioeconomicamente com base nos elementos culturais da sociobiodiversidade desse território, tais como os agricultores e pecuaristas familiares

Breve histórico da agricultura familiar no Brasil e no Uruguai
Considerações finais
NOTAS DE AUTOR
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