Abstract

O objetivo deste artigo é discutir sobre o conceito de mundo da vida, relacionando-o à hipótese da mobilidade simbólica com base em uma análise da recepção e discussão da série televisiva Cidade dos Homens (Rede Globo, 2002), feita em grupos focais com adolescentes moradores e não-moradores de favela de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro. Consideramos grupos focais não apenas uma metodologia qualitativa de pesquisa, mas uma mediação capaz de incentivar a produção de sentido em situações de recepção coletiva e evidenciar processos de questionamento de representações, formação e sustentação de identidades. Nossa hipótese é que, embora as representações exibidas nos media reflitam uma tendência à reprodução de estereótipos, podemos, ainda assim, verificar uma relativa pluralidade nesse ambiente e identificar produções com a explícita intenção de modificar tais estereótipos. Sendo assim, os media representariam uma importante mediação, cuja capacidade de filtrar, mediatizar e enfatizar determinados temas oferece perspectivas, modela imagens e incita a criação de contextos políticos e sociais de interação e debate. Dada a presença significativa dos media na vida social, é nosso propósito mostrar como a televisão e suas mensagens, que tanto colaboram para a cristalização de um estoque de conhecimento, podem contribuir, também, para a problematização e deslocamento de entendimentos previamente formulados.

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