Abstract

A colônia espartana de Tarento produziu uma série de estatuetas de terracota representando uma figura masculina reclinada em leito de banquete e acompanhada, por vezes, de uma figura feminina e uma criança. Estas figurinhas - manufaturadas por mais de três séculos - foram encontradas em quantidades fabulosas: milhares em um só depósito votivo. A interpretação dos personagens vem sendo debatida desde os fins do século passado, quando ocorreram os primeiros achados. Não há, no entanto, estudos sistemáticos a respeito. Consideramos que há indícios arqueológicos e textuais suficientes para que se possa associar tais representações aos cultos heróicos que, na área colonial voltam-se para a figura do fundador (oikistés), configurando um interessante paralelo com o que ocorre na Grécia, quando da emergência das póleis. Nesta perspectiva, o culto heróico, em suas diferentes formas, atua como um complexo conceito que articula versões do passado que legitimam formas emergentes de poder político.

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