Abstract

Este artigo analisa o suicídio do personagem principal da música Zé Ninguém, da banda de punk rock Garotos Podres. Zé Ninguém é um mendigo. Não tem um trabalho e nem uma família. Como não está gerando lucros é considerado irrelevante, ou mesmo inexistente. As pessoas que passam pelas ruas, no máximo, o veem como um lixo estragando a paisagem urbana. A religião, que deveria socorrer os excluídos, absorve o discurso capitalista e instrumentaliza pessoas para a lucratividade de suas instituições. Cheio de sua própria nulidade, ele se cansa de existir e comete suicídio, acabando, assim, com sua vida irrelevante. Se, por um acaso, alguém se importa, deve-se lutar pela distribuição de renda, em favor da igualdade social. A educação, cuja transformação é extremamente complexa, é crucial para a sensibilização de que existem vários Zé Ninguém e, constantemente, de maneira desumanizada, se tornam apenas pedaços de carne em putrefação.

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