Abstract

INTRODUÇÃO: Os benefícios da ventilação mecânica em neonatos prematuros se complementam com o sucesso na sua retirada. OBJETIVO: Avaliar os parâmetros ventilatórios e gasométricos pré extubação e identificar possíveis fatores que possam contribuir na decisão da extubação endotraqueal em recém-nascidos prematuros até 32 semanas. MÉTODOS: Trata-se de um estudo prospectivo, de caráter observacional. A amostra do estudo foi selecionada de forma não probabilística. Foram incluídos prematuros com idade gestacional até 32 semanas, e em ventilação mecânica invasiva por no mínimo 24 horas. E os critérios de exclusão foram recém-nascidos com malformações, cardiopatias e os transferidos para outros hospitais antes da primeira extubação eletiva. Os dados sobre o diagnóstico clínico, dados vitais, parâmetros da ventilação mecânica e gasometria arterial, registrado em uma ficha elaborada pelos pesquisadores e coletados diariamente, uma vez por dia desde o primeiro dia de ventilação mecânica invasiva até o momento de retirada do tubo endotraqueal, sendo o recém-nascido acompanhado até 7 dias após a extubação. O desmame e a extubação seguiu o protocolo da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) (presença de respiração espontânea regular e com reflexo de tosse, FiO2 < 40% para manter saturação 90%; pressão inspiratória entre 15 – 18 cmH2O; FR=15 a 20 ipm; pH > 7,25 mmHg e PaCO2 < 50 mmHg). RESULTADOS: Dos 20 recém-nascidos prematuros incluídos no estudo, 14 eram do sexo masculino, a média de idade gestacional foi de 28,9± 2,12 semanas e a média do peso ao nascimento foi 1069,5g ± 375,5. Em 75% dos casos a intubação foi devido a síndrome do desconforto respiratório neonatal. Do total da amostra, 40% apresentaram. Não houve diferença significativa entre os grupos sucesso e falha na extubação, quanto aos dados ventilatórios e gasométricos analisados pré e pós extubação (p>0,05). Na regressão logística observou-se que a fração inspirada de oxigênio (p= 0,03) e a pressão média de vias aéreas (p= 0,03) apresentaram significância como preditor para extubação. O tempo de uso da ventilação mecânica invasiva não apresentou significância estatística (p=0,06), para o desfecho avaliado. CONCLUSÃO: Neste estudo os parâmetros mínimos ventilatórios como FiO2 e MAP se relacionam diretamente com o sucesso da extubação, bem como estar atento as condições clínicas do paciente auxiliam a equipe a nortear o desmame e programar uma extubação mais criteriosa e segura.

Highlights

  • A prematuridade é considerada, atualmente, um problema de saúde pública, sendo um dos principais fatores de risco para morbidade e mortalidade neonatal[1]

  • A síndrome do desconforto respiratório neonatal ocorre no momento ou logo após o nascimento, antes de 24 horas de vida e aumenta em gravidade durante as primeiras 48 horas de vida[4], e é a causa mais comum de internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN)[5]

  • Quando realizada a regressão logística, observou-se que os recém-nascidos prematuros que necessitavam de uma fração inspirada de oxigênio menor para manter adequada saturação periférica de oxigênio durante o desmame da ventilação mecânica invasiva tiveram maior taxa de sucesso na extubação[23,24]

Read more

Summary

Artigo Original

Sucesso e falha de extubação em recém-nascidos prematuros até 32 semanas de idade gestacional. Em um estudo realizado na França, onde foram avaliados recém-nascidos prematuros abaixo de 32 semanas, observou-se diferenças entre os grupos sucesso e falha de extubação em relação aos parâmetros pH, PaCO2, pressão positiva inspiratória e a pressão positiva expiratória[21]; no entanto, neste estudo não foi observado diferença estatisticamente significativa em relação aos parâmetros ventilatórios e gasométricos. Quando realizada a regressão logística, observou-se que os recém-nascidos prematuros que necessitavam de uma fração inspirada de oxigênio menor para manter adequada saturação periférica de oxigênio durante o desmame da ventilação mecânica invasiva tiveram maior taxa de sucesso na extubação[23,24]. Todos os recém-nascidos prematuros avaliados neste estudo foram extubados e submetidos a ventilação não invasiva, que tem sido associada com maior taxa de sucesso da extubação, pois auxilia a manutenção das vias aéreas pérvias durante a respiração espontânea[26].

Contribuições dos autores
Findings
Conflitos de interesses
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call