Abstract

A partir de uma ocorrência contemporânea, revisita-se a tese de que a Umbanda reflete processos históricos e guarda memórias sociais profundas. Há indícios de que esse talento vem sendo aplicado à reflexão do abandono da infância, orientando práticas de cuidado e de solidariedade retribuidoras de dons atribuídos ao "povo de rua" infantil, embasadas no reconhecimento da sua participação e inserção "mística" na vida social. Neste artigo analisam-se performances rituais de "exus mirins" e depoimentos desses personagens do panteão umbandista e dos seus fiéis, supondo-se que dar ouvidos a essas meditações coletivas e ao modo como espelham o curto circuito entre sociedade excludente e ferocidade infantil contribua para compreender como os setores que mais cedem vidas a esse horror o interpretam e se significam. Conclui-se que, por meio da inclusão profunda das crianças de rua no âmago da experiência religiosa, a Umbanda contraria a sua segregação e extermínio, físicos e simbólicos.

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