Abstract

RESUMO Objetivo: Verificar a associação entre fatores sociodemográficos e o tempo até a ocorrência de novos casos de COVID-19 e de testes positivos para Sars-CoV-2 no Brasil, durante o período de maio a novembro de 2020, com base em uma coorte dos brasileiros participantes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios COVID-19. Métodos: Foi constituída uma coorte concorrente e fechada utilizando dados mensais da Pnad COVID-19, realizada por inquérito telefônico. Um caso novo foi definido com base no relato da ocorrência de um quadro de síndrome gripal, associado à perda de olfato ou paladar; e a positividade foi definida com base no relato de um teste positivo, entre os que referiram ter sido testados. Foram aplicados modelos de regressão de Cox para verificar associações, considerando a ponderação amostral, calibrada para a distribuição etária, de sexos e de escolaridade. Resultados: A incidência acumulada de casos na coorte fixa geral foi de 2,4%, enquanto a de testes positivos na coorte fixa testada foi de 27,1%. Verificou-se maiores riscos nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, entre mulheres, residentes em áreas urbanas, pessoas com escolaridade até o ensino médio, com a cor da pele declarada como preta e trabalhadores da área da saúde. Indivíduos com menor escolaridade e profissionais de saúde apresentaram maior frequência de novos testes positivos. Novos testes positivos ocorreram com maior frequência em indivíduos com menor escolaridade e trabalhadores da área da saúde. Conclusão: Foram observados riscos desiguais entre os estratos populacionais comparados. Destaca-se a importância da realização de inquéritos nacionais prospectivos na investigação de iniquidades em saúde.

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