Abstract

After characterizing the modern problem of the limits and possibilities of scientific reason, as it is formulated in 19th century sociology, I clarify the question of the duality of instrumental knowledge, which informs technical control of the world, and reflexive knowledge, which encompasses the various dimensions of meaning in human practices. Then, I expound two exemplary explanations, proposed by reflexive perspectives, for the contemporary predominance of instrumental knowledge: the model of interaction between values and scientific activities proposed by Hugh Lacey; and Pierre Boudieu's sociology of the social conditions for the development of scientific fields. By putting side by side a philosophical work articulating connections between epistemology and ethics, and a sociological theory about the social conditions of the historical development of reason, I introduce fundamental markers for exploring the possibilities of historical rationalist perspectives that try to avoid the dualistic alternative of orthodox rationalism and relativism. Both analyses explore the possibilities opened by transversal perspectives that try to elucidate the relations between different spheres of activity, without ignoring their particularities, delineating problems to be investigated in a way that furthers reflexivity together with empirical knowledge of the historical processes of reproduction of social organization and of the dominant values.

Highlights

  • De diferentes formas, a partir de perspectivas teórico-metodológicas diversas, os autores posteriormente consagrados como os fundadores do pensamento sociológico apontaram os limites da racionalidade cognitivo-instrumental da ciência moderna em relação às dimensões simbólicas da experiência humana, aos valores culturais, políticos, morais e éticos que expressam as representações acerca dos sentidos e significados do mundo

  • Quanto a indagações como “isso tem, no fundo e afinal de contas, algum sentido”, “devemos e queremos ser tecnicamente senhores da vida?” aquelas ciências nos deixam em suspenso ou aceitam pressupostos, em função do fim que perseguem (Weber, 1970 [1919], p. 37)

  • Tratam-se apenas de alguns exemplos indicativos das possibilidades de diálogo entre perspectivas transversais que têm contribuído significativamente para o entendimento das relações entre a ciência e a sociedade sem reduzir uma à outra, mas tampouco se abstendo de decifrar as forças sociais que atuam para a manutenção da unilateridade do desenvolvimento da razão, em uma época em que as consequências da adoção das aplicações tecnológicas do conhecimento instrumental desafiam a capacidade de controle humano sobre o mundo, seja enquanto natureza, seja enquanto cultura

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Summary

Sylvia Gemignani Garcia resumo

O artigo inicia-se com uma descrição da problemática moderna, tal como formulada pela sociologia do século xix, em torno dos limites e possibilidades da razão científica. O artigo expõe, como exemplares das explicações propostas pelas perspectivas reflexivas para o amplo predomínio contemporâneo do conhecimento instrumental, primeiro, o modelo da interação entre valores e atividade científica de Hugh Lacey e, segundo, a sociologia das condições sociais do desenvolvimento dos campos científicos de Pierre Bourdieu. Ao subtrair toda dimensão de sentido da razão científica, limitando a racionalidade ao controle técnico do mundo, as EDs não podem constituir como objeto de investigação seus próprios pressupostos, bem como os sentidos humanos dos usos sociais dos resultados de suas pesquisas, atuando desse modo contra a expansão dos domínios de fenômenos a serem abarcados pela reflexão de natureza racional, fortalecendo a unilateridade do desenvolvimento histórico da razão e enfraquecendo o ideal científico da abrangência (cf Lacey & Mariconda, 2014). É, portanto, no sentido de defesa da ciência, isto é, da manutenção das condições sociais que permitiram, na modernidade, a institucionalização desses universos de exceção capazes de fomentar perspectivas de conhecimento orientadas para a superação de particularismos que Bourdieu conclama os produtores de conhecimento, intelectuais e cientistas, a unirem-se em torno de seu interesse comum, isto é, a manutenção da lógica social de funcionamento dos campos capaz de fomentar um interesse particular pelo universal (cf. Bourdieu 1996, 1997, 2004)

Consideração final
On social obstacles to the historical development of reason abstract
Referências bibliográficas
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