Abstract

RESUMO: Neste artigo, nosso objeto é apresentar uma análise, dentro dos moldes da semântica e da pragmática formal das línguas naturais, da expressão ‘de volta’ no português brasileiro, considerando-a como um modificador de eventos de um tipo particular, um modificador contradirecional. Para tanto, lançamos mão de uma semântica de eventos neo-davidsoniana e da semântica de trajetórias proposta por Zwarts (2005, 2008), aliada a uma análise de modificadores de eventos. Na primeira parte deste artigo, apresentamos o domínio da contradirecionalidade, suas distinções e a proposta de Zwarts e Basso (2016), que trata também do português brasileiro. Na sequência, apresentamos diversos dados relacionados às interpretações de ‘de volta’ para então, na seção seguinte, desenvolvermos nossa proposta específica de análise semântica para essa expressão. Como resultado, propomos uma análise unificada de ‘de volta’ que dá conta de suas interpretações retornativa, responsiva, restitutiva e repetitiva. Além disso, apresentamos uma revisão das conclusões de Zwarts e Basso (2016) sobre ‘de volta’. Concluímos o presente texto com alguns problemas em aberto.

Highlights

  • ▪▪ RESUMO: Neste artigo, nosso objeto é apresentar uma análise, dentro dos moldes da semântica e da pragmática formal das línguas naturais, da expressão ‘de volta’ no português brasileiro, considerando-a como um modificador de eventos de um tipo particular, um modificador contradirecional.

  • Ainda com relação a esses verbos, é interessante notar que ‘de volta’ impõe restrições sobre as trajetórias envolvidas e sua direcionalidade, mas não sobre como elas foram percorridas, como demonstra o exemplo a seguir: (10) João foi para a escola de ônibus, mas caminhou de volta.

  • A construção ‘ter de volta’, em (18) e em demais estruturas, tem uma interpretação próxima ao que vimos para os casos em (d), ou seja, temos aqui um significado contradirecional restitutivo – ‘ter de volta’ é restaurar um estado anterior, que pode envolver ou não algum tipo de posse (cf., ‘ter de volta minha poupança’ vs ‘ter de volta toda a minha paz’).

Read more

Summary

Introduction

▪▪ RESUMO: Neste artigo, nosso objeto é apresentar uma análise, dentro dos moldes da semântica e da pragmática formal das línguas naturais, da expressão ‘de volta’ no português brasileiro, considerando-a como um modificador de eventos de um tipo particular, um modificador contradirecional. Ainda com relação a esses verbos, é interessante notar que ‘de volta’ impõe restrições sobre as trajetórias envolvidas e sua direcionalidade, mas não sobre como elas foram percorridas, como demonstra o exemplo a seguir: (10) João foi para a escola de ônibus, mas caminhou de volta.

Objectives
Results
Conclusion
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call