Abstract

Nesse texto são apresentadas as propostas de Davidson (2005) e de Puntel (2008) sobre o conteúdo semântico sentencial e o conceito de predicado. Na ortodoxia semântica, a função semântica dos predicados é distinta da função semântica dos designadores, o que implica que uma sentença expresse um conteúdo semântico estruturado. As propostas de Davidson e de Puntel são ambas reelaborações da proposta de Tarski (1983), pela qual as expressões predicativas são derivadas do conceito mais primitivo de sentença aberta, e do primado da verdade sentencial sobre os demais conceitos semânticos. A consequência de ambas as teorias é a eliminação do conceito de predicado e também a dispensa da tese da estruturalidade do conteúdo semântico. Sugere-se a recusa dessas propostas sob o argumento de que elas são incompatíveis com as melhores teorias tanto linguísticas e quanto formais. O ponto crítico está na eliminação da diferença lógica e gramatical entre indicar um objeto sem determiná-lo (nomear) e indicar um objeto por meio de uma determinação ou classificação (predicar), diferença essa refletida na distinção entre termo singular e termo geral na semântica tarskiana, os quais ambos são necessários para compor um termo sentencial que pode ser verdadeiro ou falso.

Highlights

  • In this text are presented the proposals of Davidson (2005) and Puntel (2008) about semantic content of sentences and predication

  • A raiz do problema parece ser a adoção do conceito de “ser verdadeiro de”, enquanto aplicável diretamente a qualquer expressão linguística, ou então enquanto fonte de todo conteúdo codificável por uma expressão linguística, o qual sugere que a relação entre linguagem e mundo seja da ordem cognitiva e já conceitual (BRAIDA, 2014), no sentido de que a significatividade seria uma consequência de uma operação de aplicação de uma cláusula a um objeto: para falar em termos fregeanos, em Davidson e Puntel o sentido (Sinn) de um signo (Zeichen) é pensado já como conceitual, portanto, como sendo uma condição de verdade, isto é, uma cláusula sob a qual os objetos caem ou não

  • O ponto crítico é a consequente eliminação da teoria lógica ou gramatical da diferença entre indicar um objeto sem determiná-lo e indicar um objeto por meio de uma determinação ou classificação, diferença essa refletida na distinção entre termo singular e termo geral na semântica tarskiana, os quais ambos são necessários para compor um termo sentencial que pode ser verdadeiro ou falso

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Summary

Introduction

In this text are presented the proposals of Davidson (2005) and Puntel (2008) about semantic content of sentences and predication.

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