Abstract

Neste artigo, analisamos um recorte do editorial “Erradicar a pobreza”, publicado na edição 123 da revista Cais, jornal de rua português filiado à INSP. Com base na ADC, exploramos o método sincrônico-diacrônico para analisar um dos testemunhos de pessoas em situação de rua que compõem o editorial. Mostramos como o texto explora uma oposição entre pobreza material e “pobreza de espírito”, esta classificada como sendo mais grave que a primeira, o que parece mitigar a gravidade da pobreza material, colocada em segundo plano. O texto focaliza possíveis soluções para a pobreza apenas nas ações de pessoas não pobres, o que minimiza a agentividade de pessoas em situação de pobreza para acionar transformações de sua situação.

Highlights

  • This article aims to clarify the values and identities constructed in discursive plan on migrants and the migration practice on text genre report about migration

  • Considerada polo da região do Vale do Rio Doce e do Vale do Mucuri, tem no jornal Diário do Rio Doce, que circula na cidade de Governador Valadares desde 1958, uma fonte importante de registro de contato com as práticas recorrentes na região

  • O jornal, que circula também na região, registrou ao longo dos anos um conjunto de reportagens, notícias e editoriais sobre a emigração dos valadarenses e moradores de cidades circunvizinhas

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Summary

A migração como um fenômeno globalizante

Investigando a conjuntura para compreender os elementos discursivos que perpassam a reportagem em análise, faz-se necessário compreender como se dá a prática migratória, especialmente em Governador Valadares. No presente estudo sobre as facetas da migração e seus reflexos no discurso, o território simbólico do dizer midiático estabelece as regularidades e os regramentos a ser seguidos entre os participantes das redes na medida em que se relata como é o viver nos EUA, pois essas regularidades e regramentos diferem muito entre nativos e migrantes. 5. Esse entrelugares tem a nomeação apropriada de Homi Bhabha em O local da cultura; é entendido por nós como forma substantiva que caracteriza um espaço de transição entre o estar em um lugar e em outro, com práticas e valores que se de não estar na sua origem, mas seguir seus valores e seus destinos, muitas vezes negociando com valores locais ou burlando os valores institucionais, moldando seu modo de vida ao modo de vida do local de destino. Liga-se ao “viver sem chamar atenção”, fragmentado ao se submeter às regras no país de destino, mas criar seu próprio “mundo”, junto com os conterrâneos ou compatriotas naquele local, regras que são divulgadas no discurso midiático, em reportagem do jornal local, o Diário do Rio Doce, objeto do estudo de caso da presente pesquisa

A metodologia da ACD
Prática discursiva
Prática social
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