Abstract

Estudos sobre sistemas reprodutivos têm indicado o predomínio da autoincompatibilidade de ação tardia (AIT) em Bignoniaceae, embora poucas espécies tenham sido investigadas e ocorram outros tipos de sistemas reprodutivos na família. O presente estudo objetivou determinar o sistema reprodutivo de T. roseo-alba através de experimentos de polinizações controladas, análise histológica dos eventos posteriores à polinização, verificação do desenvolvimento in situ dos tubos polínicos e testes de germinação de sementes. Apesar de os tubos polínicos penetrarem e fecundarem a maioria dos óvulos em pistilos autopolinizados, o aborto de 100% dos mesmos foi verificado e, embora sua abscisão tenha ocorrido entre o quarto e o sexto dia após o início da antese, observou-se um ligeiro crescimento dos óvulos e do ovário precedendo a abscisão, porém inferior ao crescimento nos pistilos submetidos à polinização cruzada. A endospermogênese inicial e a formação do tubo proembriônico também foram mais lentas nos pistilos autopolinizados. A longevidade dos pistilos autopolinizados foi maior que a de pistilos não polinizados, e a taxa de germinação de sementes foi de 93%, sendo todas as sementes monoembriônicas. Os resultados demonstram que T. roseo-alba é espécie auto-estéril, destituída de poliembrionia e que apresenta AIT pós-zigótica.

Highlights

  • ABSTRACT – (Breeding system of the White Trumpet Tree – Tabebuia roseo-alba (Ridley) Sandwith (Bignoniaceae))

  • Embora a autoincompatibilidade seja um evento fisiológico, com base genética, que resulta na incapacidade de plantas férteis formarem sementes quando polinizadas com seu próprio pólen (Brewbaker 1957), certos tipos de depressão endogâmica manifestam-se pela expressão de genes recessivos deletérios, em homozigose, durante o desenvolvimento do embrião e/ou do endosperma, podendo levar ao aborto de até 100% dos frutos resultantes de autopolinização, ainda que os mesmos alcancem diferentes estádios de desenvolvimento (Sage et al 1994)

  • Embora seja um fenômeno amplamente distribuído, ocorrendo de modo agrupado em algumas famílias de angiospermas (Gibbs & Bianchi 1999), os mecanismos fisiológicos e genéticos atuantes na AIT são pouco conhecidos

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Summary

Material e métodos

Espécie e local de estudo – O trabalho foi realizado durante o período de agosto de 2006 a dezembro de 2009, utilizando-se sete indivíduos localizados no Campus de São José do Rio Preto da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE/UNESP). As flores tiveram o seu cálice marcado com colas plásticas coloridas (cada combinação de cores indicando o dia de abertura da flor e o tratamento recebido) e foram re-ensacadas e monitoradas diariamente até a abscisão dos pistilos, os quais foram fixados em FAA50 e, posteriormente, medidos quanto ao comprimento e à largura do ovário utilizando-se um paquímetro digital. Análises estatísticas – O teste do qui-quadrado (Zar 1999) foi utilizado para se comparar o número de sementes em frutos resultantes de polinização natural vs polinização cruzada manual, bem como o número de óvulos penetrados e de óvulos apresentando os vários estádios dos eventos subsequentes em pistilos autopolinizados vs submetidos à polinização cruzada, nas secções histológicas dos ovários. Experimentos de polinizações controladas e frutificação em Tabebuia roseo-alba (Ridley) Sandwith

Polinização Natural
Estádio do óvulo
Intervalo de fixação
Findings
Referências bibliográficas
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