Abstract

A partir do escrito Schopenhauer como educador, buscar-se-á explicitar a dimensão modelar de Schopenhauer, tanto para a constituição do ideal de filósofo e pensador que Nietzsche cria para si, quanto para a edificação da sua teoria da formação (Bildung). Isso será dado, num primeiro momento, pela apresentação do pendor crítico do pensamento schopenhaueriano e da sua insubmissão às tendências filosóficas e culturais do seu tempo; num segundo momento, pela elucidação da especificidade da teoria nietzschiana do autoconhecimento e da sua concepção da singularidade, com o que se revelará sua teoria do fundamento metafísico da natureza, que o leva a conceber o filósofo, o artista e o santo como os tipos singulares por excelência nos quais a natureza justifica os seus esforços e supera a mera necessidade. Essas tipologias revelam as tarefas que a educação deve, ao juízo de Nietzsche, perseguir se não quiser se tornar mero abstracionismo ou mera aderência acrítica ao mundo: jamais condescender aos modismos culturais; não separar pensamento e vida com o que se diz, também, que teoria e prática não estão separadas; incorporar a singularidade como aquilo que a educação promove; e, por fim, eleger a autossuperação como a tarefa mais imperiosa para a constituição do humano no seu sentido mais pleno.

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