Abstract


 
 
 
 A partir de diálogo com o campo do currículo na pesquisa em educação em geografia, destaco a importância da interlocução do campo disciplinar na produção de um texto mais amplo da política curricular. Como cenário, aproprio momentos da luta política pela definição da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Empiricamente, focalizo pareceres sobre o documento para Geografia. Busco compreender os sentidos articulados nas negociações, com vistas às identificações produzidas. Teoricamente, utilizo contribuições de Laclau e Derrida em uma abordagem pós-estrutural. Opero com a ideia de que a política é mobilizada por processos contextuais de tradução. Estes processos remarcariam a compreensão de que interpretações provisórias provocam subjetivações contingentes. Pondero os sentidos defendidos pelo povo da geografia como tensionando a produção da BNCC, através de argumentos crítico-reparadores e/ ou alinhados à defesa de currículos nacionais. Concluo defendendo que isto pode significar que a geografia constituída em resposta não visa somente criticar a Base, mas virtualmente produzir outra. Pontuo que o campo, na emergência do questionamento sobre uma BNCC em suas relações com a geografia, tende a operar com o pressuposto de que uma Base pode ser algo desejável, ainda que criticável.
 Palavras-chave
 Educação em geografia, Políticas de currículo, BNCC, Desconstrução, Povo disciplinar
 
 
 

Highlights

  • Neste artigo invisto na defesa de que o aumento do diálogo com a Teoria Curricular na pesquisa em Educação em Geografia pode constituir interessantes oportunidades interpretativas à produção de políticas de currículo

  • Based on a dialogue with the curriculum studies in research in geography education, I highlight the importance of interlocution of the disciplinary field in the production of a broader text of curriculum policy

  • I focus on expert advice on the Geography document

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Summary

Caminhos para um debate sobre Currículo e Geografia

Em Costa (2019a) e Costa, Florez e Stribel (2019), defendi a importância de incorporação da discussão curricular à investigação em Educação em Geografia, como possibilidade de elaboração de outras leituras da política. Tanto em Laclau como em Derrida, apesar das preocupações diferenciadas entre os autores, é convergente a perspectiva de que toda produção (de si, da política, da vida) está restrita à negociação de sentidos com o significante, e que não há transparência na linguagem e muito menos são cogitadas possibilidades de acesso a dada essência, fundamentação ou origem do social. A partir das ideias desenvolvidas por Derrida (2006b) em Torres de Babel, chamo a atenção para a concepção da tradução como performance, o que consiste em pensá-la como não sendo uma opção do sujeito frente ao texto em que se constitui o mundo e a política, mas a única possibilidade de significá-los e de existir neles. Soa interessante a ideia de que um currículo nacional pode ser alternativa para fazer aquilo que diferentes outras propostas curriculares (formação de professores, as produções escolares na relação com a Geografia, os materiais didáticos) não são capazes, o que, em visão oposta, é ressaltado por Santos (2016). Considerando o ensino de Geografia escolar, este está ainda centrado na tradição geográfica. (SUERTEGARAY, 2016, p.7)

Assim como em
Considerações finais
Referências Bibliográficas
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