Abstract

O presente ensaio foi produzido durante o ciclo ritual ocorrido por ocasião da 129ª Festa de Nossa Senhora do Rosário em Airões, Zona da Mata Mineira, durante uma incursão etnográfica que tencionou, a partir de referenciais da Antropologia Visual, explorar as manifestações de performance produzidas pela Banda de Congo José Lúcio Rocha, oriunda de uma comunidade quilombola contígua ao distrito onde ocorre a festa. Elegemos enquanto tema das imagens que se seguem, um instante ritual chamado de Corte que, segundo os nativos, é “a hora mais pesada do Congo”. O Corte é a dramatização dos encontros entre barões escravocratas, quando se reuniam para negociar seus escravos. Aqui se exibe o corpo do homem Congo, um soldado juramentado do exército da Virgem do Rosário, que reunido em batalhão, corta as ruas do lugarejo mixando a oração cristã católica à corporalidade da dança tribal, sempre tendo como vozes de fundo os temas da memória do cativeiro e da batalha espiritual.

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