Abstract
O presente artigo investiga os registros inquisitoriais de casos de possessão demoníaca em Portugal, na Época Moderna, buscando interpretar os critérios pelos quais um episódio era considerado autêntico e outro era considerado fraudulento. Baseado na análise crítica dos procedimentos de agentes do Santo Ofício, o artigo estabelece os pressupostos, mais práticos que teóricos, por meio dos quais a possessão demoníaca era aceita ou negada pelas autoridades religiosas em Portugal. Os resultados da investigação estabelecem diálogos com realidades análogas em outros contextos europeus e com as tentativas recentes da historiografia em compreender os critérios de veracidade (e de falsidade) próprios da Época Moderna, por meio dos quais os indivíduos avaliavam os eventos cotidianos e os extraordinários, as realidades mundanas e as espirituais
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