Abstract

O objetivo deste trabalho foi selecionar e caracterizar estirpes nativas de Bacillus thuringiensis tóxicas a Diatraea saccharalis (Lepidoptera: Crambidae). Cento e seis estirpes pertencentes ao Banco de Bactérias de Invertebrados, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, foram testadas quanto à toxicidade a D. saccharalis, e, as mais tóxicas, caracterizadas por métodos bioquímicos e moleculares. Das 106 estirpes testadas, 16 causaram 100% de mortalidade em 24 horas. As três estirpes mais tóxicas apresentaram concentração letal média entre 8 e 43 ng cm-2. O perfil proteico das 16 estirpes mostrou a presença de proteínas de 130 e 65 kDa, e a caracterização molecular mostrou a presença dos genes tipo cry1 e cry2: cry1Aa, cry1Ab, cry1Ac e cry2Aa. A concentração letal média de esporos e cristais obtidos a partir de estirpes recombinantes, que expressavam individualmente os genes cry1Aa, cry1Ab, cry1Ac e cry2Aa, variou entre 222 e 610 ng cm-2, valores muito superiores aos das estirpes nativas mais tóxicas, que apresentavam possibilidade de expressão simultânea desses genes. Este resultado é indicativo de que há sinergia entre as toxinas. Há interação entre as toxinas de B. thuringiensis e seus receptores na broca-do-colmo da cana-de-açúcar.

Highlights

  • Entre as espécies que atacam a cana, Diatraea saccharalis (Fabr. 1794) (Lepidoptera: Crambidae), conhecida como broca‐da‐cana, é a que causa mais prejuízos à cultura

  • Com os ensaios realizados com as proteínas Cry individuais, observou-se que a Concentração letal para 50% da população testada (CL50) das proteínas Cry1Aa, Cry1Ab, Cry1Ac, Cry2Aa variou entre 222 e 610 ng cm‐2 (Tabela 3)

  • Perfis proteicos e conteúdo gênico, presentes em estirpes de Bacillus thuringiensis tóxicas a lagartas de segundo estágio de Diatraea saccharalis

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Summary

Material e Métodos

Foram realizadas triagens de 106 estirpes de B. thuringiensis, pertencentes ao Banco de Bactérias de Invertebrados, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, para selecionar aquelas que possuem potencial para o controle da broca‐do‐colmo da cana‐de‐açúcar. As que mantiveram a taxa de mortalidade de lagartas acima de 75% foram submetidas a novos ensaios, para determinação da concentração letal necessária para matar 50% da população testada (CL50). A dieta foi autoclavada e vertida no fundo dos copos, que foram mantidos sob luz UV por 20 min. Após a secagem da cultura bacteriana adicionada à dieta, dez lagartas de segundo instar de D. saccharalis foram colocadas em cada copo. A primeira avaliação de mortalidade foi feita 48 horas após o início do ensaio, ocasião em que as lagartas foram transferidas para copos de plástico de 50 mL com dieta livre do patógeno. Os perfis proteicos das estirpes tóxicas foram avaliados de acordo com o protocolo de extração de proteínas, descrito por Lecadet et al (1992), com modificações. O ensaio de ligação foi realizado conforme Aranda et al (1996), para observar a ligação das proteínas testadas às BBMVs extraídas do intestino médio

Resultados e Discussão
Findings
Perfil proteico
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