Abstract
Cuidar dos netos a tempo inteiro, na ausência permanente dos pais biológicos, é uma tarefa inesperada pelos avós. No entanto, constitui uma realidade cada vez mais emergente, em vários países do Mundo, na sociedade contemporânea. O aumento de fenómenos como o desemprego, o divórcio, a emigração, a gravidez na adolescência, o consumo de substâncias psicoativas, prisão, doenças terminais ou a morte dos pais biológicos empurram os avós para assumir responsabilidades que os colocam perante dilemas individuais, intrafamiliares e extrafamiliares. Usando como pano de fundo uma grelha sistémica, este artigo destaca as especificidades desta nova forma familiar.
Highlights
Caring for a grandkin on a full‐ time basis, when biological parents are permanently absent, is an unexpected task for grandparents
Estes três componentes explicariam a qualidade de bem‐estar e saúde destes avós, a qual seria mediada e moderada pelo quarto componente: os processos de adaptação ‐ satisfação com o papel familiar, suporte social e coping
Grandparents raising grandchildren in Canada: A profile of skipped genera‐ tion families
Summary
Cuidar dos netos a tempo inteiro, na ausência permanente dos pais biológicos, é uma tarefa inesperada pelos avós. O aumento de fenómenos como o desemprego, o divórcio, a emigração, a gravidez na adolescência, o consumo de substâncias psicoativas, prisão, doenças terminais ou a morte dos pais biológicos empurram os avós para assumir responsabilidades que os colocam perante dilemas individuais, intrafamiliares e extrafamiliares. Abdicar de um futuro e tempo planeados (a reforma e as atividades recreativas), reorganizar as relações com os seus familiares e com os seus pares são algumas exigências impostas, porque decidem os avós cuidadores a tempo inteiro aceitar cuidar dos netos na ausência dos pais? Edwards & Taub (2009) usam a expressão custodial grandparents para definir estes avós, incluindo a presença dos pais biológicos, sendo que a responsabilidade parental está imputada aos avós e pode ser exercida formal (através de suporte legal) ou informalmente (como um mero membro da família alargada com a res‐ ponsabilidade de criar a criança). 10 Helena Jorge e Wolfgang Lind extrafamiliares —, este artigo pretende explorar as seguintes questões: (a) Como conciliam a continuidade familiar e a independência geracional? Como se adaptam à simultaneidade de papéis — de avós e das responsabilidades parentais?; (b) Que opções tomam no âmbito familiar, na relação com os filhos biológicos, apoiam‐nos ou desistem? Que inquietações surgem pela inversão nos cuidados familiares, no que se refere à autonomia dos netos e à possível dependência progressiva dos avós?; (c) Que transformações ocorrem na sua rede social e que barreiras e facilitadores encontram perante a educação num “mundo diferente”, a escola e a sociedade?
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